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Insights sobre Design Comportamental

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Dinheiro e comportamento: a relação que ninguém nos contou

  • Foto do escritor: Uttana
    Uttana
  • 23 de jul.
  • 4 min de leitura

Entenda a relação entre Design Comportamental e Finanças

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Falar sobre dinheiro não costuma ser um assunto simples, mesmo em contextos considerados seguros. Pense um pouco: você conversa abertamente sobre dinheiro com sua família? Fala sobre quanto ganha ou como escolhe gastar o seu dinheiro? E com seus amigos? Você se sente confortável em compartilhar quanto tem – sem que isso gere algum desconforto, seja em você ou neles? E nos seus relacionamentos afetivos – ficantes, namorados(as) ou cônjuges? O dinheiro é um tema tratado com naturalidade na relação? A maioria das pessoas com quem converso responde “não” a essas perguntas. E isso não é por acaso. Desde cedo, somos pouco — ou nada — estimulados a abordar o dinheiro de forma aberta. Pelo contrário: muitos de nós cresceram ouvindo que é falta de educação tocar nesse assunto. Acho que já deu para perceber o terreno onde quero pisar. Meu convite agora é que você olhe para dentro e reflita:



O que o dinheiro representa na sua vida?

Essa não é uma pergunta sobre números. Não quero saber o saldo da sua conta ou sua meta de investimento. Quero saber o que você sente quando o tema é dinheiro. O que você pensa diante de uma decisão financeira. Qual é a história da sua relação com o dinheiro — e as camadas que essa história carrega.


Vamos fazer um breve exercício? Reflita, com sinceridade, sobre essas perguntas:


  • Você pensa muito sobre dinheiro?

  • Quais sentimentos surgem quando você fala ou pensa em dinheiro?

  • Você encara dinheiro da mesma forma que seus pais? Seu parceiro(a), amigo(a)?

  • Você está satisfeito com o dinheiro que tem hoje?

  • Sua relação com o dinheiro mudou ao longo do tempo?

As respostas para essas perguntas não costumam ser simples. Essas perguntas são convites para explorarmos um tema profundo, que atravessa nossas rotinas, vínculos e decisões — mas que ainda é envolto em silêncio e tabu. Falar sobre dinheiro pode não ser fácil, mas é, sem dúvidas, necessário – especialmente se queremos desenhar mudanças em direção ao bem-estar individual e coletivo.

Um convite ao passado

Quando olhamos para a história, percebemos que o dinheiro, como o conhecemos hoje, é uma construção cultural. Surgiu da necessidade de facilitar trocas: do escambo às moedas, das cédulas ao dinheiro digital. Uma invenção que, com o tempo, passou a representar poder, segurança, status — e até identidade.

O curioso é que, mesmo sendo uma invenção coletiva, continuamos tratando o dinheiro como um assunto privado. E, por isso, muitas vezes deixamos de olhar para ele como o que realmente é: uma construção complexa que envolve valores, emoções, decisões e sistemas. Isso ajuda a explicar por que tantas pessoas — independentemente da renda — enfrentam dificuldades para lidar com dinheiro. Ou por que sentimos culpa, medo, ansiedade ou euforia. Por que tantas decisões financeiras parecem incoerentes com o que “sabemos que deveríamos fazer”.


O dinheiro como experiência subjetiva

O dinheiro é um conceito abstrato, recheado de significados individuais, familiares e sociais. Ele afeta nosso senso de controle, autoestima, pertencimento e segurança. Por isso, cuidar das finanças vai muito além de saber fazer contas ou montar uma planilha.

A educação financeira tradicional, muitas vezes, falha ao tentar resolver questões complexas com fórmulas simplistas. O que vemos, na prática, é que saber não é o mesmo que conseguir fazer. As ciências comportamentais nos mostram isso com clareza: há um gap (distância) entre intenção e ação. Entre saber que é importante poupar e conseguir, de fato, poupar. Entre desejar sair do vermelho e conseguir mudar o comportamento necessário para isso. É nesse ponto que entra o design comportamental.


Comportamento, não matemática

Finanças comportamentais são menos sobre cálculos e mais sobre escolhas. Trata-se de entender por que escolhemos o que escolhemos — mesmo quando isso vai contra nossos interesses de longo prazo. Uma das definições mais aceitas de educação financeira traz isso de forma direta: é a combinação de consciência, conhecimento, habilidades, atitudes e comportamentos que nos permite tomar boas decisões e alcançar o bem-estar financeiro. Ou seja, falar sobre dinheiro é falar sobre bem-estar. É falar sobre saúde — financeira, emocional e relacional.

E se mudássemos o foco?

Em vez de insistir em fórmulas prontas, planilhas que ninguém preenche ou metas que geram mais ansiedade do que motivação, que tal começarmos por entender as histórias que carregamos? As crenças que nos movem? Os ambientes que nos influenciam?

Na Uttana, acreditamos que mudar o comportamento financeiro passa por entender onde cada pessoa está: seu passado, seu momento de vida atual e para onde ela quer ir. Se faz necessário desenhar experiências mais empáticas e adequadas ao contexto de cada pessoa. Porque a mudança não acontece apenas dentro da cabeça das pessoas — ela depende também dos sistemas e culturas em que estão inseridas.

Se quisermos melhorar a nossa relação com o dinheiro e, consequentemente, nossa vida financeira, precisamos encarar o dinheiro como ele é: uma parte viva e complexa da nossa experiência humana. Na Uttana, somos especialistas em finanças comportamentais para pessoas e empresas. Facilitamos jornadas de aprendizagem em finanças comportamentais para colaboradores de empresas que desejam melhorar sua vida financeira. Além disso, apoiamos instituições financeiras que conectam o letramento sobre finanças comportamentais para os desafios de negócios e de seus clientes. Se o dinheiro atravessa nossas emoções, decisões e contextos, o comportamento é o fio que costura essa complexa rede. Por isso, transformar realidades financeiras — sejam individuais ou coletivas — passa, necessariamente, pelo design comportamental.


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